terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Código em evolução

No final dos anos 1960 havia sido decifrado o código genético e os cientistas sabiam quais eram os códons e quais códons codificavam cada aminoácido. Para a grande maioria dos aminoácidos havia mais de um códon e a redundância era portanto fato concreto.Para os cientistas, naquele momento, o código era universal sendo compartilhado por todas as formas de vida das bactérias as baleias. Assim, nenhuma variação teria ocorrido nos bilhões de anos desde o seu estabelecimento, o que seria uma das justificativas para a existência de uma ancestralidade comum para os seres vivos dos três domínios existentes (arqueobactérias, bactérias e eucariotos). Entretanto,  nos últimos anos, novos estudados estão demonstrado, que embora a maioria dos sistemas vivos empregue o mesmo código para a tradução do RNA mensageiro ,em alguns seres vivos há significados diferentes para alguns códons havendo , portanto, um aminoácido diferente daquele tradicionalmente esperado. Na maioria dos seres vivos o códon CUG corresponde ao aminoácido leucina, mas para fungos do gênero Candida há outro significado, pois CUG é traduzido como serina. Nas mitocôndrias de fungos do gênero Saccharomyces , por exemplo, quatro dos seis códons que normalmente codifica a leucina significam treonina.Em protozoários da espécie Euplotes crassus , o códon UGA que normalmente codifica o aminoácido cisteína, pode codificar também o aminoácido selenocisteína. Essas descobertas evidenciam que o código genético pode evoluir ao longo do tempo. Contudo, a preservação da relação códon-aminoácido não é um mero acidente de percurso, mas uma refinada estratégia para amenizar impactos de possíveis acidentes.

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