quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

AS MARCAS EPIGENÉTICAS

As marcas epigenéticas
Na última prova do ENEM havia uma questão que abordava o tema epigenética. Inicialmente, é importante apresentar a questão para que possamos tendo a mesma em mãos abordar esse tema que chamou atenção de muitos candidatos.

QUESTÃO 66
Em 1999, a geneticista Emma Whitelaw desenvolveu um experimento no qual ratas prenhes foram submetidas a uma dieta rica em vitamina B12, acido folico e soja.Os filhotes dessas ratas, apesar de possuírem o gene para obesidade, não expressaram essa doença na fase adulta. A autora concluiu que a alimentação da mãe, durante a gestação, silenciou o gene da obesidade. Dez
anos depois, as geneticistas Eva Jablonka e Gal Raz listaram 100 casos comprovados de traços adquiridos e transmitidos entre gerações de organismos, sustentando, assim, a epigenética, que estuda as mudanças na atividade dos genes que não envolvem alterações na sequencia do DNA.
A reabilitação do herege. Época, no 610, 2010 (adaptado).

Alguns cânceres esporadicos representam exemplos de alteração epigenetica, pois sao ocasionados por
A) aneuploidia do cromossomo sexual X.
B) polipoidia dos cromossomos autossômicos.
C) mutação em genes autossômicos com expressão dominante.
D) substituição no gene da cadeia beta da hemoglobina.
E ) inativação de genes por meio de modificações nas bases nitrogenadas.

De acordo com as alternativas apresentadas e os conceitos apresentados no enunciado a alternativa a ser assinalada é a E. Entretanto, o conceito de epigenética  vai além de modificações das bases e alcança componentes não nucleotídicos associados ao DNA constituinte da cromatina presente no núcleo celular. O objetivo desse texto é mostrar aspectos modernos relativos ao tema EPIGENÉTICA.


Compreender a epigenética ajuda a entender como a atividade gênica é regulada. Um gene, em termos simples, pode ser visto com uma segmento de DNA que normalmente responde pela produção de uma proteína; essa última realizada a maioria das funções no ambiente celular, controlando, portanto o comportamento da célula. O DNA não se encontra, nos eucariotos, lançado no núcleo celular, mas sim associado a aglomerados de proteínas, denominadas HISTONAS     , algo semelhante a linha enrolada em um carretel, sendo associação entre DNA e histonas é denominada cromatina e a condensação da cromatina resulta nos cromossomos, de acordo com o apresentado na figura.

O empacotamento do DNA faz mais que manter a organização nuclear; ele também auxilia na regulação dos genes residentes. Um empacotamento mais apertando tende a manter os genes num estão inativo, impedindo o acesso de mecanismos que os ativem. Quando ocorre o desenrolamento, a seção (segmento) de DNA fica acessível a enzima que transcreve o DNA em um filamento de RNA, e essa RNA pode funcionar como modelo para a produção de uma molécula de proteínas, em estruturas celulares denominadas ribossomos.
O fato de um segmento de cromatina estar afrouxado (pronto para ser ativado) ou condensado (desligado permanente ou temporariamente) depende de marcas epigenéticas: ETIQUETAS QUÍMICAS PRESAS ÀS HISTONAS RESIDENTES OU AO PRÓPRIO DNA. Essas etiquetas podem ter várias formas e juntas formam um tipo de código que indica se a cromatina está fortemente empacotada e se os genes subjacentes devem ser transcritos. Um gene isolado pode estar mais – ou menos – ativo, dependendo de como a cromatina foi marcada.
Modificações epigenéticas são produzidas por uma variedade de enzimas : algumas adicionam etiquetas químicas e outras removem. Essas enzimas atuam como “escritores” e “apagadores” do código epigenético. A enzima histona acetiltransferase (HAT) , une o grupo ACETIL a uma histona, é um “escrito” e a enzima histona desacetilase (HDAC) é um apagador. As marcas atraem outras enzimas que atuam como “leitores” e prendendo-se a etiquetas epigenéticas específicas podem afrouxar ou condensar a cromatina circundante convocando outras enzimas reguladoras que estimulam ou reprimem a transcrição do gene em questão. Outro evento epigenético de adição de marcas é a metilação que consiste na adição de     METIL. Histonas altamente metiladas, por sua vez, atraem leitores que podem reprimir ou estimular a transcrição, dependendo da posição exata das marcas de metil.
O ambiente pode influir na atividade gênica regulando o comportamento de escritores e apagadores epigenéticos. As vezes as marcas são temporárias outras vezes permanentes e também pode afetar gerações seguintes.

5 comentários:

  1. Obrigada :) O post me ajudou a entender a matéria!

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  2. Valeu! Eu não conseguia entender essa questão de forma nenhuma! Agora consegui compreende-la.=D

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  3. Ajudou demais. Obrigado pelo Post!!!

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  4. Por que não poderia ser a resposta C?

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