segunda-feira, 18 de julho de 2011

A EPIDEMIA DE DIABETES

          Segundo especialistas em endocrinologia, nutrição e nutrologia uma epidemia de diabetes espalha-se pelo Brasil e pelo mundo. Embora parece soar estranho, uma vez que estamos acostumados a utilizar o termo epidemia para caracterizar casos de doenças infectocontagiosas, o número de casos de diabetes segue os critérios epidemiológicos exigidos para caracterizar uma epidemia.
          De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) há cerca de 5,1% da população mundial com idade entre vinte e 79 anos sofra da doença. A Diabetes mellitus é a condição crônica que surge quando o pâncreas se torna incapaz de produzir (diabetes tipo I), ou quando o organismo não consegue fazer uso adequado da insulina produzida (diabetes tipo II). A insulina é um hormônio de natureza protéica que é responsável pelo controle da taxa de glicose no sangue, ou seja, a glicemia. A insulina  reduz a taxa de glicose no sangue, ou seja, é hipoglicemiante. Cerca de 90% dos casos de diabetes tercetencem ao tipo II, e apenas 10% são do tipo I. Há também casos de diabetes gestacional, que são bem mas raros e o subtipo Mody. A diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young) é um subtipo da diabetes Mellitus, caracterizado por manifestação precoce (em geral abaixo dos 25 anos de idade) e com transmissão autossómica dominante (determinada em pelo menos três gerações). Corresponde a um defeito primário na secreção da insulina, associada a disfunção na célula β pancreática.
          No caso da diabetes tipo I, mais frequente em crianças e adolescentes, há envolvimento de fatores genéticos, contudo suas causas não encontram-se completamente esclarecidas. Na diabetes tipo II, que se instala preferencialmente na maturidade, as causas encontram-se ligadas ao excesso de peso (obesidade), a inatividade física (sedentarismo) e as dietas ricas em gorduras e em alimentos de alta densidade energética (a dieta da modernidade).
          Estudos efetuados nos últimos vinte anos mostram que a obesidade é uma fator de risco para o aparecimento de diabetes tipo II. Contudo, esse risco pode variar de acordo om o grupo estudado. Os indígenas são particularmente susceptíveis à associação obesidade-diabetes. Indios pima, do estado do Arizona, apresentam a maior incidência do mundo: cerca de 50% dos adultos apresentam essa enfermidade.
          O tecido adiposo foi visto durante um período dos estudos bioquímicos como sendo responsável pelo armazenamento de energia para ser disponibilizada quando o organismo precisasse. Atualmente, sabe-se que além de ser responsável pela estocagem de gorduras, o tecido adiposo faz parte do sistema endócrino, pois produz e secreta hormônios que são lançados na corrente sanguínea. Na década de 1990, mais precisamente em 1994 foi anunciada a descoberta a leptina, uma substância secretada pelo tecido adiposo e com capacidade de atuar em centros cerebrais controlando a saciedade, com objetivo de inibir o apetite e evitar o acumulo de tecido adiposo , ou seja a obesidade, e consequentemente, condições como o diabetes. O interessente e ainda não esclarecido é que embora os indivíduos obesos produzam leptina em grande quantidade, manifestam resistência as seu efeito inibidor de apetite. Essa resitência mantém a obesidade e aumenta a chance de desenvolver diabetes.
           Dois hormônios produzidos pelo tecido adiposo foram descritos recentemente: a resistina e a adiponectina. A resistina , age opostamente ao efeito da insulina, promovendo aumento da glicemia. Já a adiponectina facilita a ação da insulina e reduz o risco de diabetes. Na pessoas obesas há aumento na produção de resistina e redução na produção de adiponectina, o que resulta em uma composição hormonal que favorece o desenvolvimento da diabetes.
            A atual epidemia de obesidade não tem poupado crianças e adolescentes o que tem aumentado assustadoramente o número de indivíduos com diabetes do tipo II nessa faixa etária.A perda de massa corporal de 5% a 10% pode prevenir ou pelo menos retardar o aparecimento de diabetes vinculada ao ganho de acúmulo de tecido adipodo característico da obesidade. Assim, dieta saudável e atividade física frequente reduzem o risco de obesidade e instalação da diabetes. Estudos científicos mostram que em homens ou mulheres entre 40 e 65 anos , com excesso de peso,  a adoção de uma dieta adequada e atividade física favorece a perda de massa e retarda ou até mesmo evita a instalação da diabetes. Os resultados experimentais mostram que quanto maior a perda de peso, mais baixa a probabilidade de desenvolvimento da diabetes.
          A ingestão crônica calórica acima do total que o organismo precisa leva em associação com fatores genéticos e ambientais leva á obesidade o que favore a instalação da diabetes. Reduziram a ingesta de alimentos e caminhar 30 minutos diários são receitas simples que reduzem a massa corporal e diminuem o risco de uma grave enfermidade que altera padrões de dião, favorece acidentes vaculares cerebrais , predispõe a ataques cardíacos, determina amputações de membros e conduz a falência renal. Que tal então como afirma o Dr. Drauzilo Varella. "É muito sacrífico andar pelo menos 30 minutos por dia?
(Fonte: Texto extraído do livro Borboletas da Alma , Companhia das LÇetras, Drauzio Varella).

Nenhum comentário:

Postar um comentário