segunda-feira, 11 de julho de 2011

CIÊNCIA REJEITADA

         Jovens mostram cada vez menos interesse em seguir carreiras científicas. Uma clássica pergunta que se faz e se fez para todo mundo: O que você vai ser quando você crescer? Quanto mais desenvolvido o pais menor é a probabilidade de do estudante responder "cientista". Na contramão do incentivo ao desenvolvimento científico que tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas, o interesse dos jovens em se tornarem pesquisadores apresenta uma tendência de queda.
         Vários fatores podem explicar essa tendência, mas o principal desafio para revertê-la está em mudar a forma como os temas científicos são apresentados na educação básica. Senão corre-se o risco de perder-se vários "Pelés" da Ciência cita o pesquisador Jorge Guimarães, presidente da Capes
          O principal indicador mundial do desinteresse dos estudantes por ciência faz parte de um projeto comparativo que envolve mais de 45 países e recebe o nome de ROSE (acrônimo, em inglês, Relevância do Ensino de Ciências) O estudo investiga por meio de quetionários apliocados em estudantes na faixa dos 15 anos de idade, o que os jovens que estão concluindo o ensino médio consideram importante no parendizado em ciência e tecnologia.
          Esse questionário está sendo aplicado para 3,6 mil alunos em 120 escolas de todas as unidades federativas e deve ser concluido no final de 2011. Os resultados obtidos na Itália e na Inglaterra demostram desinteresse tanto dos estudantes do sexo feminino quanto do masculino em relação a disciplina de ciências.
         Nos países mais desenvolvidos verifica-se que os aspectos que os alunos mais valorizam em um futuro emprego está "usar meus talentos e minhas capacidades" e "ganhar muito dinheiro", características que não coincidem com a visão que têm da profissão cientista.
         O que chama atenção dos pesquisadores é que, quanto menor o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de um páis, mais seus estudantes demonstram interesse em temas ligados a ciência e tecnologia. Segundo, Justin Dillon (King's College de Londres) "é possível que jovens de nações pobres encarem a ciência como solução para os problemas da sociedade", mas ainda não é possível afirmar com precisão o motivo dessa diferença de mentalidade entre estudantes de países com indice de desenvolvimento distintos.
        No Brasil, uma pequena amostra do estudo mostra que o interesse dos alunos de Tangará da Serra e de São caetano do Sul em ser seguir a carreira de cientista é distinto. De forma semelhante ao que foi observado na comparação entre países ricos e pobres, o estudo mostrou que quem convive diariamente com avanços científicos e tecnológicos - caso dos sancaetanenses - tem maior facilidade de lidar com matérias de ciência durante a educação básica, mas, por outro lado, tende a ter uma aversão maior a trabalhar com pesquisa no futuro.
         Um dos motivos para essa rejeição à ciência estaria na forma como o conteúdo é apresentado aos alunos de educação básica. Os resultados do Rose revelam que os adolescentes, em geral, são mais influenciados popr professores de ensino fundamental e médioo na escolha do curso superior do que pela família ou amigos. Isso indica se conseguirmos formar bons professores de ciências, seria possível despertar mais vocações científicas e atrais mais gente para essas carreiras.
         Segundo o PCN de Ciências: o ensino de ciências naturais é um espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparadas. Os alunos podem compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. O corpo humano, também pode ser estudado e visto não como uma máquina, pois cada ser humano é único como único é seu corpo. Nessa perspectiva, a área pode contribuir para a formação da integridade pessoal e da auto-estima, da postura de respeito ao próprio corpo e ao dos outros, para o entendimento da saúde como um valor pessoal e social.
        Embora o modelo de ensino esteja ultrapassado, as escolas não são as únicas responsáveis por afastar os jovens das carreiras acadêmicas. O pesquisador tem que ter um foco específico sobre determinado assunto e hoje esta particularidade acabada não atraindo muito os estudantes uma vez que há uma quantidade crescente de estímulos que atrame os jovens, como a internet e os sítios de relacionamento e a telefone celular. O interesse por ciência vem logo cedo e deve perdurar pela vida.
       Segundo o pesquisador Justin Dillon, a principal mudança pedagógica que deve ser implantada nas escolas está no ensino das Ciências, que deveria envolver mais atividades práticas e de laboratório do que se restringir à sala de aula e basear-se esclusivamente em livros.
       Torna-se necessário que haja um estímulo adicional e que daqui a algumas décadas, quem sabe, a carreira de cientista desperte tanto interesse dos jovens tanto quanto a de artista ou de jogador de futebol. O futuro da Ciência depende disso (Texto extraído e adaptado Revista Ciência Hoje junho 2011)

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